Mantendo a sua atuação no processo eleitoral e assumindo o discurso dos procuradores do Ministério Público de Curitiba, o juiz federal de 1º instância, Sérgio Moro, disse que as eleições de outubro representam um “risco de retrocesso” no combate à corrupção.
A suposta "preocupação" de Moro tem alvo certo: Luiz Inácio Lula da Silva. Com o ex-presidente a frente em todas as pesquisas de intenção de votos, o que ele chama da "risco" se tornaria o seu fracasso, já que a prisão e condenação de Lula, sem provas e baseada em convicções, teria o objetivo de impedir o seu retorno à presidência.
As declarações de Moro foram feitas durante participação num fórum de debates promovido pelo jornal Estadão e realizado em São Paulo, neta quarta-feira (25). Moro foi um dos palestrantes e após a mesa, concedeu entrevista ao jornal.
O magistrado disse que o país precisa “do exemplo de lideranças honestas” e “de políticas mais gerais para diminuir os incentivos e oportunidades da corrupção”.
“Minha ideia principal em relação a isso é, primeiro, a Justiça tem que funcionar. Então, pessoas culpadas têm que ser punidas, segundo o devido processo, mas não só isso é suficiente. Precisamos do exemplo de lideranças honestas e, por outro lado, precisamos de reformas de políticas mais gerais para diminuir os incentivos e oportunidades à corrupção”, disse.
Moro afirmou que os casos julgados "foi constatado que agentes políticos cometeram crimes e eles têm que pagar pelos seus crimes, como qualquer outro cidadão". Mas, apesar da enxurrada de "denúncias" feita pela mídia, dizendo que Moro tinha provas robustas contra Lula, ele foi condenado sem provas, por um crime inexistente: a posse de um apartamento que não possui, como resultado de propina. Moro condenou baseando-se unicamente na palavra de um delator, que preso decidiu "colaborar" para reduzir a sua pena.
Para a população, ficou clara a perseguição contra Lula. De acordo com o levantamento feito após a condenação de Lula, a desaprovação de Moro saltou de 22% para 50%. Já o percentual de rejeição a Lula caiu: era de 57% em março, passou para 54% em abril e oscilou para 52% em maio.
Moro disse ainda que se está preocupado com os processos pendentes de julgamento na Lava Jato e a expectativa é de que “cheguem a bom termo”. Apesar de atuar até nas férias - quando não tem competência para tal ato - em processo contra Lula, Moro não quis julgar ação com 18 investigados ligados ao governo do PSDB no Paraná.
“A dúvida é o que vai acontecer daqui para a frente. Vamos retomar aquela tradição de impunidade ou isso representou uma quebra significativa? Nessa perspectiva existe sempre um risco de retrocesso em relação a esses avanços. E há um risco, ainda, que nós não avancemos mais. Para avançar mais, precisamos, além de processos efetivos contra a corrupção, de mudanças políticas mais gerais nas leis para diminuir os incentivos e oportunidades para a corrupção. Mas os riscos sempre permanecem. Isso é algo que não vai ser dessa eleição, nem da próxima, sempre vai existir esse risco. Eu espero que não se concretize”, declarou.
Do Portal Vermelho, com informações de agências.
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