Manuela D’Ávila (PCdoB) e Fernando Haddad (PT) concederam entrevista coletiva nesta terça-feira (7), na sede do PCdoB em São Paulo, como primeiro ato da campanha após o anúncio da chapa PT-PCdoB. Manuela disse que a partir de agora sua atuação na campanha ganha outros contornos.
“As nossas lives vão se chamar ‘Rumo ao Jaburu’, porque agora quem vai ter o prazer de tirar o Temer do Palácio sou eu”, ironizou Manuela. “O Brasil vai deixar de ter um vice golpista. A partir de agora é xô, Temer, o Jaburu é nosso”, acrescentou.
Haddad, por sua vez, salientou que há “muitos valores que nos unem”, mas o mais importante é que ambos estão dispostos a unir esforços para construir saídas para o Brasil.
“É importante frisar: nós dois somos pessoas desprendidas em proveito de um projeto em que nós confiamos porque da mesma maneira que a Manuela disse que não precisa estar na chapa em proveito de um projeto para transformar e resgatar o Brasil, eu também não preciso estar na chapa para isso acontecer. Assim que o ex-presidente Lula tiver a sua candidatura homologada, nós vamos estender o tapete vermelho para Manuela ocupar o meu lugar”, destacou o ex-prefeito de São Paulo.
A deputada estadual gaúcha explicou como será a atuação conjunta dos partidos no processo eleitoral presidencial. Haddad falará como representante de Lula, até que se defina a situação eleitoral do ex-presidente, e Manuela como candidata a vice.
“Nós vamos vencer as eleições. Esse é o meu recado como militante que eu sou há vinte anos e do lugar que eu mais me orgulho de estar”, disse Manuela em um vídeo nas redes sociais pouco minutos antes da coletiva de imprensa.
“Em breve eu serei candidata a vice de Lula ou de Haddad”, disse ela, explicando que, por enquanto, a chapa é Lula e Haddad, até que a questão jurídica do ex-presidente esteja resolvida.
No vídeo, ela explicou que a decisão de retirar a sua candidatura até a definição da situação jurídica de Lula passa pela ideia de que o porta-voz do presidente Lula deve ser o próprio PT, neste caso o Fernando Haddad.
“Não tenho como ser porta-voz de um partido que não é o meu. De um conjunto de ideias que são muito parecidas com as do meu Partido, mas não é o meu”, afirmou. “Num primeiro momento, até que se resolva essa situação jurídica que é de alta complexidade, fica o Haddad como interlocutor e eu fico fazendo campanha onde sempre estive, na condição de militante e de lutadora social, o que para mim é motivo de muito orgulho”, completou.
Manuela lembrou que nas 32 semanas de sua pré-campanha manifestou a disposição e esforço do PCdoB em buscar uma saída unitária do campo progressista.
“Para mim como para qualquer um é extraordinário poder aos 36 anos pensar em ser presidente do Brasil e representar o sonho de milhares de mulheres e homens do nosso país. Sempre foi uma prioridade número 1 vencer as eleições porque nós vivemos e sabemos exatamente o impacto da crise no empobrecimento do povo, no desemprego, na subocupação, na violência, no aumento da violência, no abandono das universidades e de tudo que esse teste drive do neoliberalismo que é o governo Temer”, salientou.
E acrescenta: “Nós vivemos isso tudo e por isso sempre defendemos uma saída conjunta para esquerda. Era importante concorrer? Sim. Mas na vida real, o mais importante era vencer as eleições e sempre fomos porta-vozes da mensagem de que a unidade era uma necessidade e de que nós não seríamos óbice”.
Manuela cutucou a direita que tentou por meio das redes sociais desqualificar a sua decisão de ser vice. “Isso é um pouco do que nos diferencia da elite. Para mim o espaço político é o de quem luta, tanto formalmente na chapa como estarei sendo com o Lula ou Haddad, ou não. O mais importante é seguir lutando para que o Brasil tenha esse projeto interrompido e para que o nosso campo política possa vencer as eleições”, destacou.
“Quando uma mulher toma uma decisão de ser vice de um homem não está desdizendo o feminismo. O problema de vocês é que eu luto demais como uma garota. O problema de vocês é que vou ser vice-presidente do Brasil. Esse é o raciocínio de um machista. Uma mulher como eu não nasceu para ser mandada ou mandar, mas para lutar.”
Do Portal Vermelho
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