Terceiro colocado nas pesquisas de intenção de voto, correndo o risco de não se reeleger, Jucá abandona seu amigo Temer, o presidente mais rejeitado da história do Brasil.
O senador Romero Jucá (MDB-RR), que apoiou o golpe de Estado e todas as medidas de arrocho contra a classe trabalhadoras tomadas desde 2016, anunciou nesta segunda-feira (27) que deixará a liderança do governo no Senado. Motivo alegado: discordâncias com a forma como o ilegítimo Michel Temer (MDB-SP) e sua equipe de governo têm lidado com a crise migratória em Roraima, onde a população vem entrando em choque com os venezuelanos. Ele estava no posto desde março de 2017.
Em entrevista à imprensa logo após o anúncio, Jucá, que corre o risco de não se reeleger Senador - eles oscila entre o segundo e terceiro lugar nas pesquisas de intenção de voto - justificou a decisão dizendo que não pode defender seu estado sendo líder e precisando criticar o governo
“Não tenho condições de defender Roraima, criticar o governo e ocupar o cargo de líder. Seria incompatível. Entre o cargo de líder e a população de Roraima, opto pela população de Roraima”.
No último dia 20, Jucá pediu ao Planalto que suspendesse a migração de venezuelanos a Roraima por meio do fechamento das fronteiras. No mesmo dia, porém, ministros do Planalto afirmaram que o pedido era “visto com dificuldade” e o fechamento estava fora de cogitação.
Jucá afirma que o “governo tem boa vontade” e que sua saída não significa um rompimento.
“Não rompi com o governo, mas nessa situação, sou adversário do governo e, portanto, vou cobrar do governo todas as questões que meu Estado precisar”, falou.
O senador negou também que a decisão tenha objetivos eleitorais, apesar de sua aliança com Temer, o presidente mais rejeitado da história do país não estar contribuindo muito para a sua reeleição. Ele minimizou a importância de pesquisas que o mostram em 3º lugar na corrida pelo Senado em Roraima.
“Só na pesquisa da Globo que eu apareço em 3º lugar. Em todas as outras apareço em 1º, com 10 pontos na frente do 2º colocado. Não estou preocupado com pesquisas eleitoral”.
Segundo Jucá, o vice-líder do governo no Senado Fernando Bezerra (MDB-PE) deve responder pelo governo no Senado até que o Planalto indique 1 novo nome.
Jucá ocupa com frequência o posto de líder do governo no Senado ou no Congresso. Foi vice-líder no governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e líder nas gestões petistas de Lula e Dilma Rousseff.
No governo Temer, começou como ministro do Planejamento. Deixou o cargo após a divulgação de gravação em que falou que era preciso “estancar a sangria”, o que foi interpretado como uma crítica à Operação Lava Jato. Pouco depois, foi indicado como líder do governo no Senado.
Presidente do MDB, partido de Michel Temer, Jucá nega que está tentando se desvincular da impopularidade de Temer.
“O presidente Michel Temer não tira 1 voto em Roraima. Ele fez muita coisa e eu ajudei a fazer. Estamos discutindo crise na Venezuela. Nesse ponto, o governo não está agindo como espero que aja e vou ser firme e vou ser duro”, falou.
Com apoio do Poder360
Publicado: 28 Agosto, 2018 - 09h13 | Última modificação: 28 Agosto, 2018 - 09h18
Escrito por: Redação CUT
MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL.
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