Central das Eleições entrevista Paulo Guedes, assessor econômico do PSL.
Ele diz que a medida seria uma forma de reduzir o endividamento público; assessor econômico do PSL deu entrevista à GloboNews.
O assessor econômico do Partido Social Liberal (PSL), Paulo Guedes, afirmou nesta quinta-feira (23) que é favorável à privatização de “todas” as empresas estatais.
A declaração foi dada durante entrevista à GloboNews, que, nesta semana, entrevista os responsáveis pela área econômica das campanhas dos postulantes ao Palácio do Planalto nas Eleições 2018.
Segundo o economista, a venda de empresas estatais seria uma forma de reduzir o endividamento público. “Vocês todos elogiam quando a Petrobras vende um ativo para reduzir a dívida, todo mundo bate palma para o Pedro Parente. A União tem que vender ativo. A Petrobras vende refinaria. E o governo pode vender a Petrobras, por que não?”
“É muito interessante isso porque o (Jair) Bolsonaro era associado ao seguinte: ‘não será vendida nenhuma’. Ele é uma posição estatizante etc. Agora vai ter uma resultante interessante, porque para mim são todas. Então, se não tem nenhuma e tem todas, deve ter algo aí no meio”, disse o economista.
“Eu acho que o Congresso aprova”, afirmou ele sobre um eventual projeto de privatizações. “Esse negócio de falar assim ‘olha, até você convencer’... não tem que convencer. Se os liberais democratas estiverem no governo, eles vão aprovar um plano de privatização.”
“Se, por exemplo, você vai para uma distribuidora da Eletrobras, daqui a pouco vai faltar luz no Maranhão, vai faltar luz no Amazonas, vai faltar em Rondônia. (...) Esse modelo já se esgotou há 10, 15, 20 anos. Só que a classe política se aboletou, aparelhou e não sai de cima. E está atrasando o desenvolvimento do Brasil, porque eles não investem, não têm capacidade de investimento e ao mesmo tempo é um monopólio público, o privado não consegue entrar.”
Guedes defendeu ainda a venda de imóveis que pertencem à União. Segundo ele, são “700 mil imóveis”, como “o Ministério da Fazenda que tem no Rio de Janeiro”.
Déficit público
O economista falou ainda sobre a proposta de zerar o déficit público em um ano. “Eu não aceito esse descontrole das contas públicas.” Guedes afirmou que o rombo nas contas públicas é o resultado da combinação de três fatores: Previdência, gastos com juros e despesas com pessoal.
“É o que eu acho que tem que ser: um ataque frontal às despesas públicas, nos três fronts. Se isso não funcionar, digamos, dessa forma, na base do ‘junta aqui, ajuda aqui e ajuda ali’, aí é desvinculação de gastos. Aí você joga para a classe política o problema para resolver”, defendeu. “Realmente o orçamento já vem amarrado. (...) Se estiver tudo amarrado, nós vamos ter que desvincular as receitas.”
Outros temas
Veja abaixo outros temas abordados pelo economista do PT durante a entrevista 'a GloboNews:
Previdência Social: “A Previdência brasileira está condenada. Ela está destruída. Antes de o Brasil envelhecer, ela quebrou. E ela tem pelo menos 5 ou 6 bombas-relógio dentro dela. A primeira, que todo mundo está falando, é a bomba demográfica, o tempo. (...) A segunda bomba mistura, bota junto, a assistência social com a Previdência. Então tem o cara que nunca contribuiu para Previdência, mas recebe uma assistência social, recebe um salário mínimo como se tivesse trabalhado a vida inteira. (...) Daí é que vem, lá no programa, o conceito de renda básica ou renda mínima que diz: ‘olha, se você não contribuiu...’ Nós não vamos deixar nenhum brasileiro em necessidade, mas espera aí. O mínimo é para quem trabalhou. (...) Aí tem a terceira bomba-relógio, essa é uma arma de destruição em massa de empregos, é um crime contra a população brasileira. A população economicamente ativa são 96 milhões de brasileiros. Para você ter 40 milhões com carteira assinada, você tem 56 sem carteira. Eles vão envelhecer, eles vão se aposentar e eles não contribuem. Isso é um crime, porque para dar um emprego para um, você deixa o outro desempregado, porque custa 2. Os encargos custam quase 100%. (...) Eu quero fazer a reforma paramétrica. Vamos parametrizar isso, vamos trabalhar isso aí, vamos ver como a gente torna isso mais republicano, faz essa convergência.”
Subsídios para agricultura: “Se depender de mim, não pode haver subsídios para setores específicos, a não ser que muito bem fundamentados. Se falou assim: ‘faltou dinheiro no campo’. Não me parece ser o caso. (...) Aparentemente a agricultura é um negócio tão sério que ninguém pode encostar. Para mim, educação é seríssimo, para mim agricultura é seríssimo, para mim indústria é seríssimo, todo mundo é muito sério.”
Educação: “Quem pode pagar deve pagar. Se está na universidade pública, privada, eu não sei, mas deve pagar. E quem não pode pagar deve ter o ‘voucher educação’ sim. O ‘voucher educação’ para o jovem, ele tem que ter o direito de escolher. Ele pode escolher uma escola pública, entra lá e não é cobrado, ou ele pode escolher uma escola privada. Lá, querem cobrar dele e ele entrega o ‘voucher educação’.”
Por G1
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